terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Cronologia.

Uma breve nota sobre a cronologia dos capítulos do "Projeto Além-Véu"(Que, logo vai ter nome definido!)

Primeiramente: Olá, queridos leitores! É muito bom saber que algumas pessoas estão seguindo fielmente minhas postagens e aguardando novo material fervorosamente. É muito bom saber que alguns(Poucos. Espero, realmente, que poucos ainda.)

Segundo: Um novo projeto vem chegando! Fiquem de olho na página, e até aqui mesmo, no blog e logo saberão da novidade. É algo que eu sempre sonhei em ver. Algo que alguns amigos(e algumas pessoas que eu ainda não conheço!) tornaram possível. Espero que possam ficar tão felizes e instigados a ler e escrever quanto eu.

E, finalmente, vamos à cronologia:

Até agora venho postado capítulos que não possibilitaram que o leitor se confundisse. Os capítulos vieram, primeiro os de 'módulo' "I(1)", e então os de 'módulo' "II(2)": Mas o próximo capítulo que postarei será de 'módulo' "I", e mesmo assim vai suceder os capítulos 'Helena - I' e 'Suhsahna - I'. Bem, sigo uma linha temporal que vai pra frente(sim, no sentido de tempo. Em frente). Mas os 'módulos' nem sempre seguirão um padrão lógico! Então, tomem cuidado para não interpretarem de maneira errada. A Ordem dos capítulos será a ordem cronológica: mesmo que não pareça certo.
Já adiantando uma informação sobre um dos próximos(pode ser como pode não ser o próximo): O próximo capítulo a ser postado, que ainda está a ser definido, é de 'módulo' "I". Então, lá vai a informação: Na ultima aparição de Helena(II) vemos que ela se encontra com Locke, e quando escrevi o que se sucedia isso(temporalmente), narrei na perspectiva do Locke. Fazendo com que a ordem fique assim(caso eu decida que Locke - I será a próxima postagem):

Xófeus - I;
Helena - I;
Suhsahna - I;
Clarisse - I;
Helena - II;
Suhsahna - II;
Locke - I;

Como puderam ver, um capítulo de 'módulo' "I" sucedeu um de 'módulo' "II". O livro segue uma linha lógica de tempo. Não importando os 'módulos' impostos em cada capítulo. Concluindo, o que acontece no primeiro capítulo de Locke se passa exatamente após(No caso, o após é o interessante) ao segundo capítulo da Helena.

Um abraço a todos. Atenciosamente grato, Miguel Bernardi.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Suhsahna - II

                Suhsahna não se lembrava de como havia chegado naquela cela e nem por que estava ali. Não saberia dizer se era dia ou se era noite, e não tinha qualquer palpite sobre o que tinha se passado desde que acordou pela ultima vez em ser quarto na torre sul do Véu. Ela se lembrava vagamente de ter se vestido com o vestido de cor esmeralda que usava, e também de ter saído de seu quarto e descido os vinte degraus que a levaram para o corredor que levava para o pátio de entrada do castelo do Intocado. Conseguia afirmar que viu Hugh morto, com uma adaga cravada ao peito. E a gargalhada...
                A ultima coisa que ouviu foi a gargalhada, e quando se virou não conseguiu ver a face de seu atacante. Embora eu tenha certeza que é aquele meio-irmão de Xófeus. Depois disso, tinha acordado numa cela escura e sem janelas e uma única porta feita de ferro numa das paredes. A magia de Suhsahna não funcionava naquela sala. A cela era feita de pedras cinzentas em forma retangular, exatamente como as pedras que construíam o castelo do Intocado e praticamente todas as grandes construções no continente de Trovergo. Cinzetta, era como chamavam aquela pedra. Era dura e resistente como metal, mas muitíssimo mais leve. Na sala havia uma cama e uma cadeira, um grande tapete vermelho cobria o chão totalmente, enquanto alguns estandartes da mesma cor cobriam partes da parede. Num dos cantos havia também uma latrina.

Helena - II


                Helena acordou e desejou voltar a dormir. Sabia que dia era aquele, e ela o tentava adiar. Levantou-se da cama demasiadamente grande e confortável de seu quarto, e vestiu-se. Rapidamente um dos meninos que treinava em Forte do Mar-Livre lhe trouxe seu café da manha e foi-se tão repentinamente o quanto tinha chegado. Era um menino magricela que não chegou a ver Helena, que estava na varanda de seus aposentos, localizado no terceiro nível do Forte do Mar-Livre.
                A vista que se tinha era deslumbrante: Conseguia-se ver o Grande Rio Yerto, se dividindo em várias ramificações que se dividiam em mais ramificações, e algumas dessas terminarem no Mar-Livre; Conseguia ver toda a parte frontal do vale, via alguns jovens sendo instruídos em magias antigas num dos muitos jardins que existiam nas proximidades. Fenkir, que era o professor, tentava ensiná-los a reanimarem corpos depois de desmaiados. O professor desmaiou um dos alunos, para demonstração, e então o reanimou facilmente. O instrutor começou a falar, e os instruídos ouviam atentamente. Helena não o ouvia, mas sabia o que ele estava dizendo. Lembrava-se, ainda, das vezes que seu pai adotivo a ensinava. “Para reanimar um corpo desmaiado, é preciso transmiti-lo parte da própria energia, doá-la. E manter o fluxo enquanto a magia acontece, depois disso ser feito o fluxo de energia pode ser interrompido”. O antigo Senhor Capitão Velir foi o melhor professor que teve, não só para magia, mas como para a vida.
                Os jovens puseram-se a trabalhar, em dupla, um desmaiava o parceiro e tentava o reanimar após isso. Depois de alguns minutos, um menino de cabelo verde escuro que trajava uma saia e uma proteção de couro no peito obteve sucesso, para deleite de Fenkir. Ele realmente aprende rápido, esse Rupert. O menino magricela tinha olhos verdes    e um rosto suave. Tinha pele um pouco mais escura que pálida, e um pouco mais clara que morena. Era o aluno mais avançado no Forte do Mar-Livre, e tinha apenas dezessete anos, enquanto alguns da mesma turma já tinham passado dos vinte e cinco. Havia chegado a Vertaro há doze anos, entregue para Lerrino Goss Velir por um homem estranho com o rosto encoberto por um capuz que não foi mais visto depois disso. Tudo o que se tinha de informação sobre o menino era que ele havia perdido os pais. Não se soube como, quando ou por que. Tudo o que o garoto, que na época tinha cabelo preto, liso e escorrido, se lembrava era seu nome. Rupert.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Clarisse - I

                                      Xófeus estava sentado numa das extremidades de uma longa mesa de madeira com lugar parar vinte pessoas, mas apenas oito ocupavam a mesa no momento: O próprio Xófeus, imponente numa túnica de tecido vermelho, com partes pretas e algumas partes brancas. Lorath, um espectro das terras de sempre-noite, mas que estava em forma humana. Galea, belíssima em um vestido longo com cor de safira, que combinavam com seus olhos. Peter, que estava vestido de forma bem simples, como um mero camponês das terras de Vertago. A própria Clarisse, que tinha deixado o longo cabelo de cor cinza solto, e que usava uma túnica como a de Xófeus, mas em cores diferentes: Vermelho, azul e lilás. Zirdul, o meio-irmão de Xófeus que, como sempre, vestia trapos de cor cinza. Verdana, com uma túnica totalmente preta que fazia contraste com sua pele extremamente pálida. E por fim, Hugh, que usava uma calça azul escuro e uma blusa de lã de cor bege. Hugh ainda não se acostumou com o frio de Rardinia, pensou Clarisse enquanto todos, inclusive ela, olhavam Galea.
                Xófeus já havia despachado alguns generais para algumas localidades menos importantes: A Ilha de Yurth’Hur(A deusa), a Fortaleza de Kna’Ma’Ka, as Ilhas do Graveto, e mais algumas ilhas nos continentes de Trovergo, Ferulum e o Velho Continente dos Homens. A guerra começaria assim que todas as terras necessárias fossem obtidas pelo singelo poderio que se encontrava no subterrâneo da Ilha de Rardinia, esse poderio era formado por pouco mais de três mil homens, quinhentos espectros de sempre-noite, duzentos que residiam no subterrâneo de Kna’Ma’Ka e mil e setecentos demônios que habitavam as terras perdidas de Jorath. Os espectros de Kna’Ma’Ka já estava marchando em direção ao extremo norte de Vertago. Mury Maz Zir, uma das capitãs de Xófeus, marchava ao extremo sul de Vertago. Sobre Galea fora imposta a tarefa de atacar Vertago no Castelo-de-Velir, onde a maior força daquele bloco de terra estava. É uma tarefa difícil, até para mim ou Hugh, é uma tarefa difícil.
                Clarisse e Hugh eram os principais capitães de Xófeus. Zirdul era tão forte quanto seu irmão, e isso fazia dele um igual aos olhos do Senhor Comandante do exército que iria marchar para tomar os reinos.
                Seria uma tarefa difícil. Cinco anos atrás, não conseguiram tomar os reinos com Setenta e três mil combatentes ao lado, fazer isso com menos de quatro mil parecia impossível... Mas, o plano... Com esse plano, há uma chance. É arriscado, mas há uma chance...
                - Senhor, não sei se sou pronta para essa tarefa. Atacar as forças Castelo-de-Velir em campo aberto e vencer é praticamente impossível, o castelo nunca foi tomado, senhor. – A expressão de Galea era de medo. Ainda assim, ela tem coragem de admitir que teme não realizar a tarefa imposta por seu mestre... – Quase todos que marcharem comigo vão morrer, alguns vão correr, e isso vai diminuir nossas forças. Precisamos de uma distração...
                - Uma distração, certo? Querida Galea, e se eu te dissesse que você é a distração? – Xófeus sorriu. Um sorriso com nada de alegria ou calor, seu sorriso era frio. – Vai colocar seus homens em batalha e atacar o maldito castelo, e se morrer, morrerá lutando. É mais do que se pode desejar. Uma morte limpa e sem dor. – Xófeus não temia a morte. Ele já beijou a morte nos lábios... E voltou. – Morra em batalha, senhora, ou morrerá aqui.
                A mulher com o longo vestido de cor safira se levantou, pálida, e saiu da sala. Nesse momento Clarisse soube que ela iria atacar. Bem, mais um, então. E, agora, as coisas ficam interessantes...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Suhsahna - I


                O céu estava nublado e calmo. Tinha um tom escuro de profundo azul que junto das nuvens, cobria tudo, numa beleza atípica para as terras do Véu. O sol havia nascido tímido, encoberto pelas nuvens, e o escuro azul no céu começava a clarear a medida que o sol ganhava espaço naquela imensidão. O dia estava agradável, como sempre eram no castelo do Intocado. Suhsahna havia acordado não sabia a quanto tempo exatamente, o que se poderia dizer com certeza é que ela havia dormido mal naquela noite. Saudades de Hugh, aquele maldito. Do senhor Zucko e a senhora Sheya. Saudades dos dias que se foram. Daqueles que se foram.
                Eles se foram cinco anos atrás. Zucko e Sheya, os Anciões Monarcas do Véu, e tantos amigos que morreram junto dos dois... Morreram na Guerra do Reino dos Homens contra as criaturas das trevas e alguns humanos que se juntaram a eles. Radinianos, espectros, demônios, homens, contra os humanos. Humanos mortais e os não mortais. Xófeus não queria apenas dominar as terras onde governavam aqueles que detinham das sabedorias e ensinamentos antigos em magias. O senhor da morte (Ou Morte, como era chamado por alguns dos mais leais servos) queria tomar tudo, não para manter e governar. Mas para destruí-los e todos os que viviam lá. “Não há espaço para os fracos no meu reinado”, dissera Xófeus enquanto marchava junto de seu poderio para Além-Véu. E Hugh...
                Hugh havia mudado de lado quando achou que as forças de Vertaro, Véu, Além-Véu, e algumas forças menores das ilhas que prestavam vassalagem a Vertaro e ao Véu seriam derrotadas: Além-Véu era um caso a parte... Suhsahna só tinha estado nas terras de Além uma única vez, nessa mesma guerra, cinco anos atrás... A Guerra Dos Cinco, era como ficou chamada pelos que sobreviveram, em homenagem aos que morreram pelo lado que venceu. Por Lerrino Goss Velir, que comandou Vertaro e morreu no Forte do Mar-Livre. Por Zucko e Sheya, que comandaram as forças do Véu até Fortaleza Kna'Ma'Ka, para fazer frente na oposição a Zirdul, Primeiro comandante e irmão de Xófeus, e sua tropa de humanos sob hipnose. Por Tenos, o menino de dezesseis anos que parou trezentos e alguns homens que atacavam Forte-Do-Báu, em Vertaro. E por Iggard, o senhor capitão de Além-Véu, que derrotou Xófeus e o aprisionou numa estátua no Véu.
                Estimava-se que mais de trezentos mil morreram na Guerra Dos Cinco. E sobraram pouco mais de vinte mil vivos, dos que lutaram. Desses vinte mil, um quinto era do poderio de Xófeus, covardes que correram para se salvarem depois que seu mestre havia sido derrotado no Véu. Eu estava lá, eu lutei ao lado de Iggard. Ele derrotou seu aprendiz, e morreu pela mão do irmão que não quis treinar. Suhsahna não se recordava muito da batalha entre os dois, tudo o que viu foram lampejos, e tudo que ouviu foram gritos e maldições. Por fim, Iggard estava sobre seu aprendiz, que jazia deitado no chão. Todos pensavam que Xófeus estava morto, e a guerra acabada ali, mas o senhor capitão de Além-Véu iniciou um cântico antigo, na língua anciã que apenas aqueles que elevam seus conhecimentos em magia aos padrões dos deuses de Yurth'Hur conheciam. Era a língua dos deuses que ficavam Além da vida, Além de Tudo. O cântico era suave, tímido no começo, mas fazia Xófeus gritar e contorcer-se.
                Iggard estava brilhando em azul, lilás, verde, amarelo, vermelho, dourado e branco. Turquesa, anil, cobalto.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Rascunho(mesmo) das terras de Além-Mar.

Além-Véu, com o castelo Solás-Véu e O Esplendor-do Sol(Um vulcão), também o porto-lar.
O Véu, com os fortes: Pedregulho, Intocado, Forte-Laço. As três filhas de Shaya(montanhas). O primeiro porto na História(terras de Além-Mar). O Estradosul.
Rardina, terra dos Rardinianos e cenário da Guerra Civil dos mesmo.
E Yurth-Hur, a Cidade Mãe. A Deusa.

Um pouco de História

Após a Guerra dos Cinco(Citada no capitulo Helena - I), foi criado um conselho com treze membros, com finalidade de evitar que guerras comecem e poder conte-las rapidamente caso comecem. O conselho, primeiro idealizado por Iggard(Também citado em Helena - I), foi criado por ele. Mesmo assim a Guerra aconteceu a quase não foi contida. Iggard acreditava que, se cada país, ilha, vale ou reino tivesse um representante, poderiam conversar e debater sobre os interesses de cada um e sempre encontrar um caminho pacífico.